Hoje ao fazer marmelada, lembrei de novo a infância, então como a minha neta estava presente , lembrei-me de lhe contar o seguinte acontecimento que nunca esqueci porque foi um período agradável para mim e então foi assim: uns familiares mais abastados deslocaram-se à aldeia teria eu uns seis anos e levaram dois brinquedos , uma boneca sem a parte de trás da cabeça e um ferro de engomar de lata , das filhas para quem já não serviam, com o intuito de os darem à minha mãe dado eu ser pequena. Como nem nunca tinha visto uma boneca, delirei com esta e tratei de lhe fazer uma touca para que o defeito não se visse. Assim como não havia outra na aldeia, senti-me uma princesa e ainda hoje me sabe bem recordar essa felicidade.
Outros tempos, bem menos exigentes!
Foge a Vida
Quantas vezes domei a vontade de chorar!
Por sentir em mim uma crescente solidão
Que fim eu posso ansiar?!
Se sinto o vazio dos desertos no coração!
Cai o orvalho da velhice no meu rosto
Meu coração endureceu!
A alegria abandonou seu posto
Resta o declínio e até o sonho morreu!
Nada suaviza a dureza da Vida!
Tenho a alma nua, o coração frio!
Passa o tempo, passa de corrida
Foge a Vida, os sentidos, tudo é fugidio.