Como havia uma certa dificuldade, na consulta deste blog, por parte das pessoas interessadas, resolvi criar um novo .Agora com o nome de orquídeanegra.
Para consultar basta pôr www.orquideanegra,blogs.sapo.pt.
Hoje vou dedicar-te a ti Margarida minha flor, estes versos, vais ver que vais gostar, ao mesmo tempo dedicá-los também às netas das amigas da avó.
Momentos únicos
Sonhas que és uma princesa
Que habitas num castelo
Junto á praia! Tens a certeza!...
E enfeitas de flores o cabelo.
Como história de encantar
Princesa e também sereia
Queres tu ser e sonhar!
Que brincas e corres na areia.
Mas este lugar é irreal!
De nenhum mapa faz parte!
Mas com magia... que tal?!
Vem um príncipe que há-de amar-te!
E a princesa do castelo
Que passa a Vida a sonhar
Pensa em tudo quanto é belo!
Mas diz que não quer casar!.
Porquê?.
É uma pergunta, que nós fazemos a nós próprios, quer seja àcerca do que nos magoa, ou sobre o que magoa os outros e para a qual não é fácil obter resposta, a maioria das vezes.
Eu por exemplo interrogo-me muito, sobre o porquê da vilolência que exercem nas crianças, a fome que grande parte delas passa, o sofrimento das que sofrem os efeitos da guerra e também as outras que são maltratadas, até pelos que delas deviam cuidar com amor. Será que não vai haver nunca solução?.
Lembrança melancólica
Quando o passado
é nostalgia,
e os pensamentos comoventes.
Fica-se num estado de melancolia!
E então, és como folha morta!
Já nada te importa!?
É isso o que sentes!.
Quando as coisas se fazem porque simplesmente gostamos, as coisas acontecem.É bom que o sonho faça parte da nossa vida!.
Travo Amargo
A minha mente é um mar imenso
Onde a Vida nem sempre faz sentido!
Sonhos sombrios e um vazio intenso
Que fazem da esperança, tempo perdido.
O peito não bate, a voz calada
Prescuto a lembrança e consigo!
Trazer à superfície da memória apagada
A saudade, à semelhança dum abrigo.
Envolvida no meu próprio destino
Iludo a realidade e o sonho
Deixo a maré da mente sem tino
E às vezes choro e não me envergonho!.
Vou vivendo até que me deixe o tempo
Contra o destino nada há a fazer
Ficam as lágrimas, surge o desalento
Meu coração é um cavalo a enlouquecer!.
E quando o azul do mar da minha mente
Me abandonar nesse imenso mar
Ficarei como concha abandonada simplesmente
E nas lágrimas o alívio irei encontrar.
A Vida é uma ída sem volta, mas até ao final, vamos ter sempre as nossas lembranças.
Lembranças que não acabam , umas que nos fazem ainda rir, sonhar... outras que ainda nos trazem pesadelos. São as lembranças ao fim e ao cabo que nos fazem andar para a frente, são como uma herança, que ninguém nos pode tirar.
Silêncio ensurdecedor
Quando o silêncio se torna ensurdecedor
E a Vida um navio perdido!
Quando o coração, já não sente amor
Então a Vida já não faz sentido!
Restam fragmentos de sonhos
Rugas fundas, voz amarga
Restam só dias medonhos
E uma sombra estranha que não larga!
Postas as mãos esperando benção
Suplica-se em voz alta, não há resposta!
O silêncio tomou conta do coração
E surge a angústia que lhe é imposta.
Os olhos têm o brilho da loucura
E o silêncio fica martelando
O pensamento numa dor mergulha
Enquanto vai o homem caminhando.
Quando a Vida já vai longe começa a pensar-se naquilo que se devia ter feito e não se fez.
Surge às vezes uma sensação de vazio, parece que algo ou alguém nos desviou do nosso destino.
Esquece o tempo
Tens o tempo, todo no teu rosto!
Maldição?! Seja ou não é certo!
Que o tempo te trouxe algum desgosto
mas os sonhos ainda te sorriem de perto.
Tempo, todo o tempo caído no vazio!
Como se entrasses em sonolência
Tempo que corre dia e noite, como rio
Sorriso morto?! Olhos sem existência!
Cerram-se as pálpebras,negas-te a ver
as rugas silenciosas à tua volta
E é a dor, do tempo não poder deter!.
Resistes?!. Queres ir mais além!
Ás vezes feliz deixas um sorriso à solta
E esqueces o tempo,que não se detém!.
Às vezes perco o fio à meada!.Com a idade é natural... mas a poesia é como uma carícia e vem logo devolver-me o fio da meada e resgatar meus sentimentos.
SÓ
Só,como botão.que floresceu tarde
Só,como vela que apagou e já não arde!
Só,como um passarinho
que ficou fraco,no ninho!.
Só como um coração vazio
Onde a a paz e o amor
São um poema vadio!
Só como uma ilha deserta
Onde o sol não entra
Onde a fome aperta
E a pobreza se experimenta!
Só como lágrima que cai
Salgada que nem mar
E só Deus sabe como vai!
A nossa alma, acalmar!
Só como um eco dum queixume
Dum desespero sem esperança
Dum destino que se assume
Sofrido,logo à nascença!.
Só, como este verso chorado
P'lo poeta que por ele sente
As angústias do passado
E as frustrações do presente!.
Ainda por detrás das nuvens, sempre aparece o Sol, embora os dias vão começando a abandonar o Outono e a dar lugar ao começo do Inverno.Com o envelhecer do dia cada vez mais cedo, no final deste, os pensamentos também de certo modo ficam tristes. No entanto sempre se descobre alguma coisa boa, para fazermos , como por exemplo o podermos aconchegarmo-nos mais cedo no nosso sofá a ler um bom livro.
Loucura
Foi o tempo de dormir de lã
Onde havia sonhos e loucura
Onde me abria como uma romã
E tu disfrutavas com ternura.
Foi o tempo de dormir de linho
Onde havia a festa dos sentidos
E eu percorria o caminho
Com palavras doces nos ouvidos.
Chegou o tempo de ficar acordado
A colorir o tempo de lembranças
Desse dormir doce já passado
Vislumbrando réstias de esperanças!.
Jardim de Mulheres é um livro que hoje comprei e que estou a começar a ler. Coincidência,
este livro fala sobre a Serra Leoa e o que acabei de ler e que se intitulava o Canto da Sangardata falava de Cabo Verde. Ao iniciar este segundo livro tive quase a desistir, a causa é que se tornava um pouco difícil de ler porque todo ele é falado à maneira africana, mas é óptimo, descreve muito bem a vivência do sofrimento de guerra ,do povo moçambicano e também o sofrimento dos soldados portugueses durante esse período. Nessa altura eu era jovem e tive familiares presos pela pide, e não esqueço nunca que recebi várias mensagens, da morte de rapazes da minha aldeia quando estava empregada nos CTT em Torres Novas e estava de serviço aos telegramas.É também um período difícil de esquecer!
Guerras
O Mundo está voltado para a guerra
O Homem não vê nem ouve nada!
E fica o mar e a terra
em sobressalto!
A esperança fica remendada
Só há anseios e desilusões
Passa-se da calma ao terror
Destruições!
Corações parados, sem amor!
Barril de pólvora,pronto a explodir
É assim o Mundo!.
Náufrago na mão do Homem
E um ódio profundo
fica na gente que há-de vir
e nos que partiram também.
O Mundo em desiquilíbrio está!
Segue caminhos ignorados
aonde quer que ele vá!?
Não leva heróis, mas falhados!.
Hoje o dia esteve cinzento e a noite está triste sem uma única estrela a alegrar o firmammento.
E neste moer de tempo, vou mastigando a vida um pouco sem rumo.
Lembrança de menina
Foi ontem, era menina!
Com laços e com sorrisos
Oiço ainda aquela voz pequenina
E vejo os cabelos, pretos e lisos.
Era fruto a amadurecer!
Lua mentirosa no Céu!
Gaivota deixando-se envolver
Rouxinol que a cantar adormeceu.
Trazia já sede de poesia!
Na mente, nasciam flores!
Minhas asas livres batia
E nos sonhos tinha amores!.
Agora mal me conheço
Tenho aquele(ontem) vazio!
E ao recordar reconheço
Que a Vida está por um fio!.