Domingo, 30 de Setembro de 2007
RECORDAR

Hoje , ao lembrar os meus hábitos de leitura, recordei o seguinte.

Quando era adolescente, talvez com catorze anos adorava ler e então deslocava-me à biblioteca de Torres Novas então vila onde estudei e escolhia um romance pelo seu volume de páginas, ou seja quanto mais grosso melhor, mais leitura levava comigo para a aldeia de Lapas onde vivia.

Durante a leitura recordo que às vezes os personagens me davam medo e saía muitas vezes para a rua para aliviar um pouco a tensão.

Agora penso, como era  possível não haver ninguém na referida biblioteca que me indicasse livros próprios para essa minha idade.

Pagava-se nessa altura cinco tostões e levava-se o livro que se escolhia,li o que devia e o que não devia, mas consegui gostar de ler até hoje.

É bom recordar, como se era feliz com tão pouco...

 

Frágil Lembrança

Há sempre uma lembrança boa

E uma tristeza, que ainda se chora

Um sonho que vive em nós à toa

E o desejo de ser feliz, dentro de nós mora!

 

Há sempre uma inquietação perturbadora

Cada passo se transforma numa cruz

Quedamo-nos tristes pela vida fora

Mas no decorrer do tempo faz-se luz!

 

Há sempre uma miragem de felicidade

Onde há certezas que acabam por morrer

E nostalgias a fazer lembrar a idade!

 

Há sempre uma lembrança boa

Que é anseio a vaguear dentro do ser

Deste destino dúbio, que às vezes nos magoa!.



publicado por rosafogo às 17:24
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Sábado, 29 de Setembro de 2007
Olhem só o que eu fiz!

Há uns meses atrás, enviei uns poemas, para uma revista com um pouco de esperança que alguns fossem publicados. Qual não é o meu espanto e a minha felicidade quando alguém me diz que publicaram três dos que enviei.

Afinal o sonho tornou-se realidade, resta continuar a sonhar que talvez um dia

apareça um livrinho por aí.

Hoje e para não faltar vou escrever um poema, que fala de encantamento

 

Sortilégio

Percorro o teu corpo com o pensamento

Fica transparente como folha de Outono

Deambulo nele até ao esquecimento

E regresso ao meu, exausta , ao abandono!

Caminho sobre o teu corpo com andar macio

Sinto uma alegria há muito adiada

Decifro o trilho há muito vazio

Mas é apenas sonho, estou encurralada!

Quero estar contigo num abraço apertado

E acendo apenas o fogo da memória

Confesso que teu corpo me é desejado!

E o meu, ainda faz parte da tua história.



publicado por rosafogo às 23:40
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Quinta-feira, 27 de Setembro de 2007
Sonhar é fácil

Será pretencioso, pensar que alguém vai ter  paciência de ler os meus poemas, mas só de pensar em partilhá-los, faz-me imensamente feliz...

 

Se eu soubesse

Se eu soubesse escrever

Daquele modo que só o poeta sabe

Entregar-me-ía, voltaria a nascer

Flor bravia, mas com arte!

À noite!?Quando a noite desce

Vem de novo a dor ao meu peito

E é então que o desejo cresce

De ser poeta, bem ao meu jeito!.

Deixo aqui as palavras, que são um pouco

ou são muitíssimo do que quero dizer

cobertas de inocência de poeta louco.

Tantas vezes, música aos ouvidos

outras tantas pedem desculpa por nascer

e vão sempre ao encontro de sonhos perdidos!



publicado por rosafogo às 20:22
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Quarta-feira, 26 de Setembro de 2007
Dia a Dia

Fazer poesia , é como possuir qualquer coisa de meu,que posso repartir com quem gosta.

Dia a dia , agradeço humildemente a Deus, por conseguir através dela uma grande serenidade.

A vida que às vezes é uma ilha de desespero, torna-se num céu sem nuvens.

Hoje ao contrário do poema de ontem que já não era recente, vou publicar o ùltimo, que aqui deixo.

 

 

Estranhos

 

Tão apressada a Primavera da Vida!

É trovoada de Verão, que logo passa

Chega-se ao Outono com a alma caída

É o Inverno que chega e amordaça.

Como pedaço de vidro estilhaçado

Fica a Vida como noite escura

É uma tristeza, triste por se ter passado

a vida a correr, cheia de amargura!

Estranhos, nos sentimos... àgua de trovão!

Fortes éramos sempre tão esquecidos

Que um dia pára, não bate o coração.

 

Tão apressada a Primavera da Vida!

Custa a aceitar, ficamos deprimidos

Surge então o crepúsculo na mente esquecida.



publicado por rosafogo às 14:20
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Terça-feira, 25 de Setembro de 2007
Quinze dias na Turquia

Passaram quinze dias e terminou uma viagem de sonho.

Todos os participantes vieram um tanto extenuados, mas mais ricos em cultura

graças ao guia que nos encheu de conhecimentos históricos, mostrando-se zeloso da sua profissão.

Difícil será esquecer a região da Capadócia com as suas chaminés de fada, bem como a maravilhosa cidade de Istambul e as suas mesquitas. Ankara e a sua floresta da Paz, para a qual todos os países doaram uma árvore, Tróia e o seu lendário cavalo também nos encantou.

Vivemos momentos emocionantes, ao visitar a casa  da Virgem Mãe, sentindo uma agradável emoção, como se Ela nos recebesse e houvesse ali um cantinho também

nosso, e por fim Efeso onde parece que aos nossos ouvidos ainda chega o rodar das quadrigas, o gargalhar poderoso e os passos pesados dos centuriões...

E tudo é felicidade quando tudo acaba bem!.

Como me alonguei, hoje vou só deixar um poema escrito há muito, mas que eu gosto muito.

 

Hoje nasce um poema

Hoje nasce um poema que é talismã!

Soldado, vigia dos meus sentimentos

Que me persegue com pés de lã

E cicatriza minhas feridas, meus lamentos.

Não é erva ruim, mas como ela nasce!

Vibra no peito, como uma tempestade

Um compromisso, uma promessa renasce

é acontecimento poético de saudade!

Nasce hoje, sem dor nem cansaço!

Em mim cresce a emoção de o ver nascer

A noite é visionária e a ela me enlaço

Neste poema, conquista do meu querer!.



publicado por rosafogo às 19:39
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Sábado, 8 de Setembro de 2007
Ausência

Ausente vou estar, de viagem à Turquia,vou recuperar logo que volte.

Para aproveitar as horas de vôo, vou levar para ler pela inésima vez os sonetos de Florbela

Espanca

Deixo aqui mais um poema que dedico às pessoas que vivem um grande amor.

È sempre bom falar de Amor, daquele que se deseja puro e sincero.

 

Amar-te

Amar-te, amar-te, até à morte

Eu sou feliz e digo para mim!?

Foi Deus que me deu esta sorte

De poder amar-te até ao fim!

Quisera eu amar-te mais!

Ainda que à loucura chegasse!

Porque amar-te nunca é demais!

És como enleio que em mim enleasse!

Contigo quero ver o Sol nascer e pousar

Sonhar, sonhar como uma adolescente!

Contigo recordações quero ressuscitar.

Sem ti, seria noite orfã de Lua

Seria prado estéril, sem semente!

Por isso até ao fim quero ser tua!.

 



publicado por rosafogo às 12:20
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Sexta-feira, 7 de Setembro de 2007
Ribeirinho

Pois é! È exactamente o que me sinto, um ribeirinho sem vontade de secar.

Acabei de ler os tres volumes de poesia do poeta Ruy Belo e como ele transbordava as margens, meu Deus!

Partiu e eu deixo-lhe aqui a minha homenagem

 

 

Amanhã quando eu partir

Amanhã, quando eu partir

Sósinha, seguirei meu caminho

e nele vou descobrir

esse fim de vida que já adivinho!

Limpo as lágrimas com a mão

Tudo me diz que não vou voltar!

E há um bater louco no coração.

Mas que caminho incerto!? E sem puder parar!...

Há muito venho vida fora

Que fazer, se é esta a minha estrada?!

Neste caminho não há risos, nem ninguém chora!

Só eu sigo, com a alma angustiada!

Amanhã, quando eu partir

não vou nem sequer dizer adeus!

o frio da madrugada vou sentir

e levarei comigo, saudades dos meus.

Neste caminho vou só com a solidão!

Já oiço à distância gemidos

mas tristezas, eu não quero não!

A Morte, são só meus passos perdidos!.



publicado por rosafogo às 11:31
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Quinta-feira, 6 de Setembro de 2007
Graças a Deus

Dou graças a Deus pelo gosto que me deu de ler, escrever poesia, viajar....

Peço desculpa aos poetas, por me considerar também  um pouco sua igual  embora humildemente saiba que é longa a distância.

Vou roubando horas ao dia e ganhando horas à noite, para ter o gozo de fazer os meus poemas.

Adoro acima de todos os poetas  Miguel Torga leio e releio e é ele que me dá força para continuar, hoje  dedico-lhe o poema seguinte.

 

 

Dia sem volta

Não sei que dia é hoje

Vou dobrando o tempo, como para fugir!

Mas não é da Vida  que fujo, ninguém foge!

Mas é d'alguma coisa que há-de vir!

Qualquer coisa que vem para decidir!?

Que o tempo não me diz, mas que adivinho

Volto a dobrar o tempo, fico a fingir

Que ainda é distante o fim do caminho.

Já não me importa o dia de hoje

Incerteza ou realidade é-me indiferente

Não tenho tempo, já que ele de mim foje!

Oriento meus passos um pouco à toa

Mas na verdade o desespero é permanente

E é dor! E dor não há que não doa!.



publicado por rosafogo às 12:43
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Quarta-feira, 5 de Setembro de 2007
Verão tardio
Desta vez o Verão veio um pouco mais tarde, hoje está muito calor e nós seres humanos

sentimo-nos mal quando as coisas habituais fogem  e contradizem as nossas expectativas.

 

Porém apesar de não gostar do calor, hoje apetece-me dar-vos a conhecer mais um poema

que fala sobre Sol mas de esperança

 

Sóis de Esperança

Meu corpo parece querer voar

Meus olhos são humidade

Minhas mãos prontas para amar

Mas fico numa profunda imobilidade!.

Meus sentidos são um mar sereno

Navegam em águas de saudade

São arco-íris, em espaço ameno

Onde o verde da esperança é a tonalidade.

E este mar profundo onde navego

Onde aparentemente não existe solidão

Faz flutuar minha alma, o meu ego

E enche duma luz nova, meu coração

Minha boca de fogo é ainda feita

Meus cabelos brancos, feitos de melancolia

Meu corpo deteorado, ainda se deleita

Com Amor, com a Vida por mais um dia!

 

Assim fica um pouco mais de apego à Vida



publicado por rosafogo às 14:31
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Terça-feira, 4 de Setembro de 2007
Vou iniciar com um poema que dedico às minhas filhas

Este é o meu primeiro dia, com alguma dificuldade.

 

Palavras simples

São simples as palavras escritas p'la minha mão

Simples como simples é a Natureza

Palavras que todas as manhãs me dão a ilusão

de que o que escrevo é nascente de beleza!

Dou passos e habito sempre o mesmo lugar

Desajeitada, surpreendida dia a dia!

Fico como uma jovem sempre pronta a amar

E tudo o que em mim cabe é apenas alegria.

Deslumbrada, assim vou envelhecendo

As rugas ao rosto me vão chegando

Não me deixando vencer, vou vencendo

Procuro alívio nas palavras que escrevo

Simples, simples como quando estou amando!

e é assim que à Vida dou o que à Vida devo!



publicado por rosafogo às 14:56
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